Prefeitura de Foz ‘lava as mãos’ sobre prova para PSS que poderá ocorrer na cidade

Chico Brasileiro e Nilton Bobato atendem empresários, mas ignoram pedidos dos(as) trabalhadores(as).

A gestão de Chico Brasileiro (PSD) e Nilton Bobato (MDB) na Prefeitura de Foz do Iguaçu “lavou as mãos” sobre a realização de prova para professores(as) temporários(as), que poderá acontecer na cidade, em dezembro, organizada pelo Governo do Paraná. No município, a pandemia está fora de controle e a ocupação de leitos de UTI chegou ao limite.

Em ofício ao prefeito Chico Brasileiro, a direção da APP-Sindicato/Foz havia pedido a intermediação da prefeitura junto à área de saúde do governo estadual, a fim de evitar a exposição de educadores(as) ao risco de covid-19, por causa das aglomerações que serão provocadas pela prova para PSS. O documento também foi enviado para a 9ª Regional de Saúde, que não o respondeu até o momento, e a prefeitos da região.

As provas estão previstas para acontecer em Foz do Iguaçu e em outras cidades com núcleos regionais de educação, órgãos vinculados à Secretaria Estadual de Educação (Seed). O exame é uma imposição desnecessária e excludente de Renato Feder, já que há anos a seleção é realizada com critérios como a atuação profissional e formação dos candidatos.

Na resposta ao Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu, em um documento extremamente econômico de conteúdo, coube ao atual secretário municipal de Saúde, Giuliano Inzis, dizer que o município nada pretende fazer para preservar a saúde de professores(as) iguaçuenses que estão sendo obrigados(as) a arriscar-se na prova para PSS.

É a resposta do órgão municipal:

Reprodução do ofício enviado pela Secretaria de Saúde de Foz para a APP-Sindicato/Foz.

A insensibilidade demonstrada pelo Governo de Chico Brasileiro-Nilton Bobato ao pleito da categoria destoa das respostas do município aos setores econômicos durante pandemia. Desde julho, a prefeitura cede ao meio empresarial e flexibiliza normas sanitárias, permitindo a ampla retomada dos segmentos da economia não essenciais, mesmo com a cidade enfrentando um patamar alto de novos casos de covid-19. O governo municipal permitiu até mesmo a retomada parcial das aulas presenciais na rede particular de ensino.

Em julho, Foz do Iguaçu contabilizou 2.447 ocorrências de covid-19 e 19 mortes. No mês seguinte, agosto, foram 1.732 casos de covid-19 e 31 mortes; em setembro, ocorreram 2.173 casos e 42 óbitos; em outubro, foram 2.216 diagnósticos e 41 mortes. Em novembro, veio a explosão de casos: 4.284 pessoas infectadas no mês e 45 mortes registradas nos boletins oficiais.

Ao recusar-se a contribuir para a preservação da saúde de educadores(as) de Foz do Iguaçu e das cidades da região, a administração de Chico Brasileiro e Nilton Bobato demonstra, uma vez mais, que a prefeitura mantém as portas abertas para o empresariado e fechadas para os(as) trabalhadores(as).

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