Greve dos(as) servidores(as) estaduais começa nesta terça com ato em frente ao NRE/Foz

Educadores(as) fazem ato público em frente ao Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu.

Servidores(as) estaduais iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, 25. A paralisação deve envolver profissionais da educação, segurança pública, saúde e outras categorias. O Paraná conta com 286 mil funcionários(as) públicos(as), entre trabalhadores(as) em atividade e aposentados(as).

Em Foz do Iguaçu, professores(as), pedagogos(as) e agentes educacionais da rede estadual de ensino fazem ato público em frente o Núcleo Regional de Educação (NRE), para marcar o início da paralisação, nesta terça-feira, às 9h. Em seguida, os(as) educadores(as) instalam o “QG da Greve”, acampamento na Praça da Paz, para reunir a categoria e organizar ações na comunidade.

A pauta da greve que unifica os(as) servidores(as) é a cobrança da data-base, reposição das perdas da inflação prevista em lei. Desde 2016 o Governo do Paraná não reajusta os salários, que acumulam defasagem de mais de 17%. Conforme estudo técnico feito para sindicatos, os(as) funcionários(as) públicos(as) estaduais perdem mais de dois salários por ano devido à falta da recomposição salarial.

“Quando era deputado estadual e durante a campanha eleitoral, ano passado, o governador Ratinho Junior se comprometeu em dialogar, negociar e sanar a dívida com os(as) servidores(as)”, expõe Cátia Castro, presidenta da APP-Sindicato/Foz. “Mas isso não aconteceu, e o débito do Governo do Paraná com os(as) trabalhadores(as) está aumentando”, sublinha.

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Cátia Castro:  “Dívida do Governo do Paraná com os(as) servidores(as) aumenta” – foto Marcos Labanca

Conforme Cátia Castro, os sindicados têm demonstrado que há recursos para o pagamento da data-base. “A arrecadação do governo aumentou, basta olharmos os reajustes das tarifas e preços de serviços públicos. Ao não fazer novos concursos e deixar de pagar direitos – como licenças, progressões e promoções que não são efetivadas a alguns setores –, o estado vem ‘economizando’, o que desmonta o argumento da falta de recursos”, afirma.

Comparação

Com base em dados oficiais, levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra a evolução das tarifas e preços de serviços públicos entre janeiro de 2015 e março de 2016. No período, o custo de água e esgoto subiu 30,71%; o pedágio, 21,95%; o gás de cozinha, 22,42%; e a gasolina, 15,04%. Enquanto isso, o salário dos(as) servidores(as) sofreu perda de poder aquisitivo de 17,02%.

O comparativo mostra ainda que uma merendeira com salário de R$ 1.015 perde, por ano, R$ 2.302,50 por causa da falta de reposição da data-base. A remuneração de uma professora com pós-graduação e 15 anos de magistério é de R$ 2.872,71, mas deveria ser de R$ 3.362,21 se fosse aplicada a correção da inflação. Essa servidora perde R$ 6.525,03 anualmente.

Movimento unificado

De acordo com o Fórum de Entidades Sindicais (FES), que congrega sindicatos em todo o estado, a greve unificada dos(as) servidores(as) conta com a adesão de 28 entidades representativas de trabalhadores do setor público. Além da suspensão das atividades laborais, os(as) servidores(as) da segurança, proibidos pela Justiça de fazer greve, participam do movimento de forma diferenciada.

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