Ato unificado relembrou repressão contra servidores(as) e rejeitou a reforma da Previdência.
Fotos: Marcos Labanca
Educadores da rede estadual, professores, acadêmicos e agentes universitários da Unioeste/Foz, docentes e estudantes da Unila paralisaram as atividades nas instituições de ensino nesta segunda-feira, 29. Unificadas, essas categorias fizeram ato público na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu.
A mobilização foi realizada pela APP-Sindicato, Sesunila, Adunioeste Sinteoeste e colegiados estudantis da Unila e da Unioeste. Também participaram do protesto educadores e alunos indígenas, trabalhadores da socioeducação, representantes do Sinprefi, Sismufi, Fenasps, DCE da Unioeste/Foz, Coletivo Fagulha e de movimentos sociais.
Nas escolas da rede estadual de Foz do Iguaçu e região, a paralisação total ou parcial atingiu 85% dos estabelecimentos de ensino. No campus da Unila do Jardim Universitário e na Unioeste/Foz, pela manhã, a paralisação foi completa e não houve aulas.
Conforme a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, a valorização da educação, a defesa da autonomia e de orçamento adequado para as universidades públicas e a pauta trabalhista dos servidores do Paraná foram reivindicações de consenso. O movimento ainda protestou contra a reforma da Previdência.
“É dia de rememorar a trajetória de luta dos servidores paranaenses e de cobrar o governador Ratinho Júnior para que que ele cumpra a sua promessa concedendo reajuste ao funcionalismo. É o início, ainda, de um grande movimento unificado contra a reforma da Previdência”, destacou Cátia.
Aposentadoria, pauta unificada
Representante da Adunioeste, Silvana Souza enfatizou a importância da mobilização de educadores e estudantes em torno das pautas da escola e das universidades públicas. Ela defendeu um amplo diálogo com a sociedade para se evitar a aprovação da reforma da Previdência.
“Quem já se aposentou, quem recebe pensões, quem está entrando no mercado de trabalho ou está perto de se aposentar: todos sairão perdendo com a reforma da Previdência. Só o povo na rua vai conseguir evitar a aprovação desse projeto”, declarou Silvana.
Representante da Comissão Docente de Paralisação da Unila e da Sesunila, Clécio Mendes apontou que a mobilização de várias categorias juntas representa uma convergência contra um conjunto de reformas, principalmente a da Previdência.
“As atuais políticas governamentais propõem um conjunto de reformas, como foi a trabalhista e agora a da Previdência. Logo virá a reforma da educação. Nosso movimento é uma convergência de várias lutas e em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”, disse Clécio.
Projeto de educação
Professora do Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo, de São Miguel do Iguaçu (PR), Délia Takua Martines defendeu a união de todos os educadores em torno da educação pública. Ele disse que a população indígena é contra eventual municipalização de serviços como educação e saúde, conforme foi sugerido por integrantes do Governo Federal.
“Indígenas e não indígenas, nó somos todos educadores e precisamos ser unidos. A educação leva conhecimento e ajuda a nos colocarmos no lugar do outro. O que o professor ensina na escola se leva para vida. Os governos não sabem qual é importância do papel do educador”, ponderou Délia.
Presidenta do DCE da Unioeste/Foz, Daiana Carolina Becker defendeu que os governos devem valorizar a educação e rever as suas políticas e projetos educacionais. Segundo ela, essas medidas não atendem às necessidades da sociedade.
“Esse movimento da educação é para dizer não à precarização. É para dizer aos governos que suas políticas educacionais não nos representam e nem respeitam nossos direitos. Falo não apenas com dirigente estudantil como também na condição de futura pedagoga”, ressaltou Daiana.
Em Foz e Curitiba
Além do ato em Foz do Iguaçu, servidores públicos e estudantes também participaram da manifestação estadual da educação em Curitiba (PR), na manhã desta segunda-feira, 29. Dois ônibus foram utilizados para o transporte dos educadores.
Dia de paralisação e luta da educação