Educadores(a) se mobilizam contra a militarização de escolas em Foz do Iguaçu e Medianeira

Medida fecha o ensino noturno, exclui jovens e transfere recursos da educação para a polícia.

Educadores(as) atuam em uma série de ações coordenadas pela APP-Sindicato/Foz contra a nova onda de militarização das escolas públicas imposta por Ratinho Junior (PSD). O objetivo é denunciar, a pais, mães e alunos, a farsa desse modelo.

As iniciativas incluem abaixo-assinado, diálogo com a comunidade, exposição de casos de exclusão de estudantes e os problemas pedagógicos e administrativos. Ratinho quer transferir aos militares mais 127 escolas; na região, 5 delas são em Foz do Iguaçu e uma em Medianeira, sendo:

Foz do Iguaçu
– Almiro Sartori (que possui curso profissionalizante);
– Ayrton Senna da Silva;
– Cataratas do Iguaçu;
– JK; e
– Santa Rita.

Medianeira
– Arthur da Costa e Silva

Na resistência contra a militarização, professores e direções realizam assembleias para alunos e seus familiares, a fim de ampliar o debate. O principal desafio é romper a propaganda oficial que usa informações manipuladas para vender o “modelo militar”.

O primeiro efeito da militarização é o fechamento do ensino noturno, afetando em cheio mais de 8 mil jovens que trabalham, que vivem nas periferias e das famílias de segmentos populares. Os alunos ficam sem a opção de estudar perto de casa.

Os que conseguem frequentar outras instituições, em bairros distintos, enfrentam a superlotação das salas de aula, já que os colégios não suportam a nova demanda.

Essa situação leva a outro efeito, que é a exclusão de parte da juventude, exatamente aquela que mais precisa de políticas públicas.

A militarização implica, ainda, transferência de recursos da educação pública para o sistema de segurança pública, a polícia.

Ratinho Junior não atende às demandas das escolas por investimentos em modernização e estrutura, mas é generoso com os militares em sala de aula.

“Ratinho Junior não desrespeita apenas os educadores(as), tornando o ambiente escolar inadequado à aprendizagem”, avalia a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista. “Ele retira da escola pública recursos que poderiam ser investidos em melhora de estrutura, tecnologia e no pagamento de sua dívida com a categoria, valorizando os profissionais da educação”, pontua.

Ao exaurir o dinheiro do sistema público e gratuito de ensino, Ratinho Junior gratifica os militares aposentados com R$ 5,5 mil. Esses agraciados com o erário já ganham pensões maiores que a aposentadoria dos(as) educadores(as) paranaenses.

Na Justiça

Em audiência com ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em que participou a presidenta da APP, Walkiria Mazeto, os educadores cobraram agilidade no julgamento da ação que trata da inconstitucionalidade das escolas cívico-militares no Paraná (ADI 6791). A agenda foi intermediada pela deputada estadual Ana Júlia (PT).