Conselho Estadual da APP: reorganização da educação para garantir aprendizagem e respeitar direitos

Na primeira reunião totalmente virtual do Conselho Estadual da APP-Sindicato, representantes da base e dirigentes da entidade debateram sobre os desafios da categoria e da educação no contexto da pandemia de covid-19. O encontro on-line começou na quinta-feira e terminou nesta sexta-feira (11 e 12).

Os temas discutidos serão apresentados em assembleia. O  Conselho Estadual abordou os efeitos da pandemia sobre as condições de trabalho e direitos de professores(as) e funcionários(as). As atividades não presenciais, a “EaD”, impostas em março no Paraná, foram amplamente discutidas na pauta.

Com base no acompanhamento de alunos(as) e em pesquisas junto às comunidades escolares nos municípios, integrantes do Conselho Estadual enumeraram os problemas de acesso, pelos estudantes, às atividades não presenciais. A pressão praticada pelo governo contra os(as) educadores(as) também foi denunciada na reunião virtual.

“Improvisada, de alto custo e excludente, a farsa da ‘EaD’ é mais um fator de desestabilização de alunos(as) e suas famílias neste período terrível de pandemia”, pontua o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, um dos representantes de Foz do Iguaçu e região no conselho.

Diego Valdez: Improvisada, de alto custo e excludente, a farsa da ‘EaD’ é mais um fator de desestabilização de alunos(as) e suas famílias” – foto Divulgação

O conselho aprovou o “Manifesto por uma Educação Humanizadora e em Defesa da Vida”, que enfatiza a posição contrária do sindicato ao modelo de “EaD” instituído na rede estadual. O documento aponta a necessidade de uma reorganização da educação no Paraná.

De acordo com o entendimento do Conselho Estadual, o governo deve garantir a aprendizagem dos(as) estudantes, condições de trabalho para educadores(as), autonomia para avaliar o calendário e o fim da pressão contra os(as) trabalhadores(as). O manifesto, na íntegra, será publicado na próxima semana.

Valdez relata que a reunião virtual também aprovou a criação de uma campanha de valorização dos(as) funcionários e que busca reverter a legislação que extingue cargos de agentes educacionais. Esse ataque, em plena pandemia, é de autoria de Ratinho Junior (PSD), com aprovação da Assembleia Legislativa.

No contexto da luta do movimento negro, com o apoio de diversos segmentos sociais, no Brasil e em outros países, o Conselho Estadual da APP aprovou manifesto a favor da luta antirracista e pela igualdade racial (clique aqui para ler o documento).

Outras deliberações do Conselho Estadual:

– redução da alíquota da previdência dos(as) servidores(as);
– defesa do direito dos(as) servidores(as) à saúde;
– contra as medidas da perícia médica; e
– luta pela igualdade racial.