Mobilização integrou dia nacional de lutas em defesa da aposentadoria
Nem mesmo a chuva na manhã desta segunda-feira, 19, impediu os trabalhadores/as iguaçuenses de manifestar-se contra a reforma da Previdência de Michel Temer (PMDB). Organizado pela Unidade Sindical e Popular, o ato público em Foz do Iguaçu fez parte do dia nacional de mobilização para barrar a contrarreforma que pode acabar com a aposentadoria.
Profissionais de diversas categorias, trabalhadores rurais e estudantes participaram da mobilização. A concentração começou a partir das 8 horas, na praça em frente ao Zoológico Bosque Guarani. O ato continuou dentro do TTU (Terminal do Transporte Urbano) de Foz, local em que estavam motoristas e cobradores que paralisaram os ônibus para integrar-se à luta contra a reforma do sistema previdenciário.
Em diversas cidades brasileiras, aconteceram greves, paralisações e protestos contra as mudanças na Previdência. Usando cargos e recursos públicos e mentiras veiculadas na grande imprensa, o Governo Temer angaria apoios de deputados e senadores para tentar votar o projeto no Congresso Nacional, ainda neste mês de fevereiro. O governo acumula duas derrotas em tentativas de aprovar a reforma.
A presidente da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, destacou que os trabalhadores/as em duas diversas mobilizações desde o ano passado são responsáveis por evitar a aprovação da reforma da Previdência. “É o nossa primeira manifestação em 2018, mas muitas outras virão para impedirmos essa medida que não retira simplesmente com um direito, ela acaba com um direito que é a aposentadoria”, disse.
Punição aos educadores/as
Durante o ato público, Cátia Castro denunciou a resolução punitiva imposta pelo governador Beto Richa (PSDB) para tentar impedir a participação de educadores/as em mobilizações a favor dos direitos da categoria. “O educador/as do Paraná que faltar à escola para lutar por seus direitos, por educação de qualidade para os estudantes e em devesa do ensino público é punido pelo governador com a perda de sua jornada de trabalho”, disse.
Trabalhar até morrer
Para se aposentar com um benefício perto do valor do salário em vigor durante o exercício profissional, um trabalhador vai ter que contribuir para o INSS por 49 anos, denunciou Silvio Borges, secretário executivo de Saúde e Previdência da APP-Sindicato/Foz. “Querem nos fazer trabalhar mais e contribuir por mais tempo. Vamos trabalhar até morrer e não conseguiremos nos aposentar”, enfatizou.
Conforme Borges, o governo faz um campanha de ódio aos servidores e de mentiras para encobrir que a sua reforma não vai mexer em privilégios de políticos, militares graduados e do alto escalão do judiciário. “Os servidores contribuem todos os meses com 11% de seus salários para ter o direito de se aposentar”, diz. “Temer se aposentou com 55 anos de idade e recebe R$ 45 mil por mês. Para ele, os políticos, os militares, os juízes e desembargadores, os privilégios vão permanecer”, revela.
A proposta do Governo Temer e sua base de partidos aliados prevê o aumento da idade mínima de aposentadoria para mulheres e homens para 62 e 65 anos. Os trabalhadores rurais terão que comprovar 15 anos de recolhimento ao INSS. Hoje, essa categoria aposenta-se com 15 anos de trabalho. Diversos benefícios sociais também serão restringidos e o valor das pensões sofrerá cortes.