Novo Ensino Médio: futuro para quem?

Foto: Agência Brasil

Anderson Trogello – OPINIÃO 

O Novo Ensino Médio (NEM) foi um projeto estabelecido no governo Temer e agregava-se ao projeto “Ponte para o Futuro”.

O antigo ensino médio era criticado por apresentar índices ruins para indicadores da educação básica. Tais críticas preponderaram para o desenvolvimento do NEM e este projeto apareceu com ênfase na autonomia do estudante, adolescente e jovem, decidir sobre seu futuro ao escolher os itinerários formativos. Além disso, apresentou reduzida carga horária para as disciplinas da Base Nacional Comum, reduzindo de 2.400 horas para 1.800 horas no NEM.

Esse projeto demandava investimentos adequados na educação básica, a fim de suprir a falta de tecnologias na educação e profissionais para atender aos itinerários formativos, bem como proceder para ambientes de educação integral.

No entanto, o que vemos no estado paranaense é uma lentidão quanto à efetivação de escolas integrais e da adequação de novas tecnologias e manutenção destas nos ambientes escolares. Além disso, observa-se nas disciplinas da formação básica um esvaziamento e superficialidade dos conteúdos das disciplinas.

A quem interessa esse currículo? Sabemos que a educação é um processo interligado com a construção curricular e que este perpassa por um processo de construção social, política e contemporânea. Esvaziar os conteúdos das disciplinas básicas incorre em preparar basicamente e não criticamente nossos estudantes. Um passo inadequado para uma sociedade que deve buscar a construção de conhecimentos e tecnologias, e não apenas a força de trabalho nas futuras gerações.

Anderson Trogello é professor da rede estadual em Missal (PR), membro da direção da APP-Sindicato/Foz.