Educadores, estudantes e servidores estaduais de várias categorias marcharam por Curitiba nesta sexta-feira (29), em ato de memória e luta pela data emblemática que marca um ano do Massacre de 29 de Abril. Trabalhadores da educação de Foz do Iguaçu e região somaram-se aos colegas de todo o Paraná para que a violência nunca mais se repita e para que a pauta do funcionalismo seja cumprida pelo governo.
Depois de percorrer várias ruas e avenidas da Capital do Estado, os educadores concentraram-se na região do Centro Cívico, local que foi palco da cruel repressão policial comandada pelo governador Beto Richa, há exatamente um ano. Na ocasião, os servidores receberam bombas, gás e balas de borracha, por defenderem pacificamente o fundo previdenciário da categoria, confiscado pelo Governo do Paraná após a aprovação de projeto pela chamada “bancada camburão”.
Em Foz do Iguaçu e região, base do Núcleo Sindical da APP-Sindicato/Foz, 99% das escolas da rede estadual dispensaram as aulas neste dia de memória. A paralisação mostra a união e o comprometimento dos educadores com a trajetória de lutas, resistências e enfrentamentos dos trabalhadores da educação pública. Também demonstra que o 29 de Abril jamais será esquecido pela categoria, tornando-se uma data permanente no calendário de mobilização de professores, pedagogos e agentes educacionais.
De acordo com Fabiano Severino, presidente da APP-Sindicato/Foz, o dia 29 de abril tornou-se uma das datas mais simbólicas para os servidores da educação. “É um momento para rememorar o massacre sofrido por centenas de companheiros e companheiras e de reivindicação de nossa pauta. O governo nos deve R$ 170 milhões em progressões e promoções 170 milhões, concurso público permanece pendente, falta de merenda e há carência de funcionários nas escolas”, expõe Fabiano Severino.
Durante o Massacre de 29 de Abril, foram mais de duas horas de violência contra 20 mil educadores, estudantes e servidores de outras categorias, resultando em 300 feridos e outros traumas que não foram devidamente aferidos. Com ordens para agredir e violentar, 2.516 policiais utilizaram 2.323 balas de borracha, 1.413 bombas de fumaça, gás lacrimogêneo e de efeito moral, 25 garrafas de spray de pimenta, helicóptero e cães.