Mães, pais e estudantes do Colégio Flávio Warken protestam contra o ‘novo’ Ensino Médio

Protesto de pais e alunos no Colégio Estadual Professor Flavio Warken – Foz do Iguaçu – Foto: Marcos Labanca

Não tem comida por falta de funcionários(as), faltam professores(as) e o ensino on-line afeta a aprendizagem; comunidade denuncia mentiras de Ratinho Jr na TV.

Em uma demonstração de que só a luta muda a vida, estudantes, mães e pais de alunos(as) iniciaram protesto no Colégio Estadual Professor Flávio Warken, em Foz do Iguaçu. Com o movimento, os portões estão fechados e as aulas paralisadas.

A comunidade escolar denuncia os efeitos do “novo” Ensino Médio e as condições precárias de ensino, devido à falta de professores e funcionários(as) para preparar e servir a alimentação. Estudantes não conseguem aprender com o modelo on-line imposto à formação técnica e denunciam as mentiras de Ratinho Junior (PSD) ditas na campanha de reeleição do governador.

A mãe da estudante Ana* diz saber da importância da educação para o futuro, e cobra direitos. “Não há possibilidade de seguir essa situação, com falta de transporte, e funcionários(as), e o ensino on-line deficiente”, narrou. “O governo diz que oferece três refeições nas escolas, mas a verdade é que sou obrigada a trazer marmita para minha filha por falta de funcionários(as)”, diz a mãe, moradora do bairro Cidade Nova, que tem o nome preservado na matéria.

Ana está no 1º ano de Administração. “Não temos apoio nas disciplinas on-line, nos falta material didático, nos faltam professores e 90% de nós reprovaremos pela dificuldade do aprendizado. Se isso não acontecer é porque o governo nos aprovará sem nenhum critério”, desabafou. Ela também afirmou que na escola há carência de laboratório e que muitas dúvidas do ensino on-line são tiradas com os professores(as) da educação regular.

Relatos da comunidade escolar informam que faltam funcionários para realizar o preparo da alimentação dos discentes na hora do almoço. O problema afeta os alunos que fazem cursos integrais.

Desmonte do ensino é um projeto

Marta** conta que é mãe de uma adolescente, “uma ótima aluna que hoje se vê prejudicada pelo novo modelo de educação colocado por esse governador”, relatou. “Todos os dias tenho que sair na hora do almoço e trazer marmita para minha filha na escola porque a escola não tem funcionários(as) para servir aos alunos(as)”, relatou.

Ela questiona as informações veiculadas na campanha de reeleição de Ratinho Junior. “Tenho visto esse governador falar na televisão, no horário eleitoral, que as escolas têm três refeições. Aqui não tem alimentação nem tem transporte, faltam professores(as), funcionários(as) e material para estudo”, relatou

Presidenta da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista analisa que o desmonte da educação pública denunciado pela comunidade do Colégio Flávio Warken constitui um projeto do governo Ratinho Junior. Esse modelo inclui precarizar, destruir para justificar a sua privatização.

“Isso que já tem acontecido com as terceirizações que transferem dinheiro da educação para empresas amigas do governador e do secretário Renato Feder”, exemplificou. “O projeto mercantilista desse governo precisa ser barrado. Alunos(as), mães e pais têm todo o nosso apoio, pois a educação pública precisa ser defendida por toda a sociedade”, refletiu Janete Batista.

*Nomes fictícios a fim de evitar eventuais procedimentos arbitrários contra a comunidade escolar.

Fotos: Marcos Labanca
Fotos: Marcos Labanca
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