Greve pela vida: volta às aulas só com vacina e controle da pandemia

Para educadores(as), não é possível voltar às aulas presenciais sem vacinação e controle da pandemia.

Ratinho Junior quer impor retorno presencialmente já a partir desta segunda, 10. Epidemiologista adeverte: não há protocolo seguro. Pela vida de educadores(as), estudantes e funcionários(as), categoria aprovou greve em assembleia. 

Sem vacinação contra a covid-19 para a maior parte da população e sem controle da pandemia, a APP-Sindicato/Foz é contra a volta às aulas presenciais na rede estadual. Não há critérios técnicos e científicos justificados para a reabertura das escolas para atividades de ensino.

Não houve qualquer diálogo com os educadores(as) sobre a retomada das aulas presencialmente, determinada pelo governador Ratinho Junior (PSD) para acontecer já a partir desta segunda-feira, 10. A medida coloca em risco a saúde e a vida de professores(as), funcionários(as), estudantes e suas famílias.

No atual momento, “não há protocolo seguro para retorno das aulas presenciais”. A afirmação é do epidemiologista Lucas Ferrante, que estuda a evolução da pandemia no país, é autor de artigos publicados nas revistas Nature e Science e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Vale dizer que, sob a retórica dos governos de protocolos sanitários “seguros”, que perdura um ano, ocorreram duas ondas de alta da pandemia e novas e mais graves variantes do coronavírus. Nesse período, houve colapso hospitalar, adoecimento e mais de 400 mil mortes por covid-19 no Brasil.

Nas condições atuais, não é possível a volta às aulas presenciais, por várias outras circunstâncias:

– aumento vertiginoso da circulação de pessoas;

– transporte público precário para adolescentes e jovens;

– estrutura física das escolas inadequada para o enfrentamento da pandemia; e

– falta de funcionários(as) e professores(as) (o que representará carência no atendimento de alunos e aulas vagas sem que educadores possam acompanhar os estudantes).

Diante das demonstrações do Governo do Paraná de imprudência e desapego à saúde da comunidade escolar, a APP-Sindicato/Foz reitera que a categoria aprovou, em assembleia no mês de fevereiro, a deflagração de greve geral pela vida. Cuidar das pessoas: esse deve ser o principal compromisso neste momento de pandemia.

4 de maio de 2021.

Diego Valdez
Presidente da APP-Sindicato/Foz