Integrantes da APP-Sindicato/Foz participaram do encontro, em Curitiba
O dia 25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. No Brasil é comemorado o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Tereza viveu no estado do Mato Grosso durante o século XVIII, após o falecimento de seu marido, José Piolho, chefe do Quilombo do Quariterê, ela se tornou uma rainha quilombola. Ela mantinha um sistema de troca de armas com os brancos e comandava toda a administração, economia e política do quilombo, onde também desenvolviam agricultura de algodão, dominavam o uso da forja e comercializavam tecidos e alimentos excedentes. Os negros e indígenas sob sua liderança resistiram à escravidão por 20 anos, até 1770, quando o quilombo foi destruído.
A data é um marco internacional de luta e de resistência das mulheres negras. Para consolidar a data foram realizados na cidade de Curitiba, durante todo o mês de julho oficinas, encontros, homenagens e apresentações culturais sobre a temática “mulheres negras”.
A APP-Sindicato de Foz do Iguaçu levou para o evento “Heroínas Negras Brasileiras” três professoras da rede básica de ensino. A professora de História Aline Torres (C. E. Ipê Roxo, C. E. Flávio Warken, C. E. Gustavo Dobrandino e C. E. Paulo Freire); a professore de Geografia Fabíola Bomdia (Colégio Flávio Warken) e professora de Espanhol Angela Moreira da Silva (Colégio Gustavo Dobrandino).
O evento foi realizado pela APP-Sindicato, CUT Paraná e Redes Mulheres Negras – Pr, e contou com a presença de diversos representantes de grupos e coletivos de resistência negra e direitos humanos do estado do Paraná, professores da rede básica de ensino e comunidade acadêmica.
Segundo o IBGE, a população negra no Brasil corresponde a 54% da população total de brasileiros, essa população é que mais sofre com a pobreza, quando se trate de mulheres negras, os números são mais alarmantes. Elas são as maiores vítimas de violência sexual, homicídio, tem os salários mais baixos, entre outras coisas. Para tanto, o dia 25 de julho serve para conscientizar e problematizar todas essas questões e exaltar a força da mulher negra.
“Um exemplo muito grande
É Tereza de Benguela
A rainha de uma querela
Contra o branco opressor
Sem aceite de tutela.
No estado Mato Grosso
Havia o Quariterê
Um quilombo importante
Para livre se viver
Cooperando em coletivo
Guerreando pra vencer.”
Trecho do livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis”, de Jarid Arraes.