Redução de salários e desvio de dinheiro da construção de escolas foram questionados pela comunidade
Se a popularidade de um governo pode ser medida pela interação de seus gestores com a população, a administração de Beto Richa (PSDB) não vive um bom momento. Em Foz do Iguaçu, nesta quinta-feira (21), o governador precisou de uma verdadeira operação de guerra para participar de evento realizado no Colégio Estadual Monsenhor Guilherme.
Richa e Valdir Rossoni tiveram de enfrentar o protesto de educadores/as e representantes de sindicatos, que questionaram a redução dos salários dos professores/as PSS e a corrupção no Governo Estadual. O governador e o chefe da Casa Civil são acusados de serem os principais beneficiados pelo esquema que desviou R$ 32 milhões de obras de construção e reforma de escolas, investigado pela Operação Quadro Negro.
Para garantir a presença de Richa e Rossoni no evento em Foz, as forças de seguranças interromperam o acesso de pedestres e veículos a duas ruas centrais da cidade e restringiram a movimentação em várias outras vias. Pais e mães que procuraram a escola que recebeu a comitiva governamental foram orientados a voltar outro dia para resolver questões educacionais dos estudantes.
Afastados da população e assegurados pela forte presença da polícia, Beto Richa e Valdir Rossoni não esconderam o tom de campanha da agenda. Na cerimônia, ungiram aliados políticos que atuam em Foz do Iguaçu para a próxima campanha eleitoral, prestigiados por plateia formada de ocupantes de cargos políticos, diretores de órgãos estaduais e membros da administração municipal.
Em estado de greve, os educadores do Paraná decidem em assembleia, em janeiro, se iniciam o ano letivo de 2018. A categoria exige a revogação da medida que cortou mais de 13% dos salários dos professores PSS e resolução de distribuição de aula compatível com os direitos dos educadores e as necessidades dos estudantes e das escolas.
Redução de salários dos professores/as pode impedir início do ano letivo de 2018