Educadores(as) municipais e estaduais fazem ato público em memória a profissionais vítimas de covid-19 em Foz

Serão acesas velas na Praça da Paz, em homenagem aos(às) colegas que faleceram pela doença – Foto: Marcos Labanca

Servidores(as) pedem continuidade de aulas remotas; protesto acontece nesta quarta-feira, às 18h30, na Praça da Paz.

Professores(as) e agentes educacionais das redes municipal e estadual promovem ato público conjunto em Foz do Iguaçu, nesta quarta-feira, às 18h30, na Praça da Paz. Os(as) servidores(as) vão homenagear os profissionais da educação mortos por covid-19 e cobrar que sejam mantidas as aulas remotas.

Vestidos(as) com roupas de cor preta, os(as) educadores(as) acenderão velas em gesto simbólico à memória de colegas que perderam a vida para a doença. A orientação é para que os participantes utilizem máscaras PFF2 (de maior proteção) e álcool em gel, bem como mantenham o distanciamento entre si.

Denominado ato de luto e luta, o protesto é organizado pelo Sindicato de Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi) e pela APP-Sindicato/Foz. As entidades representam educadores(as) que trabalham nas escolas públicas da educação básica.

Estão sendo convocados para o ato profissionais das redes estadual, municipal e superior de ensino, estudantes, pais e mães de alunos, além de integrantes de sindicatos e de organizações populares. Também podem participar pessoas que perderam familiares em decorrência da doença.

Responsabilidade do governador e de prefeitos(as)

Na rede estadual, as aulas presenciais foram retomadas em maio e, desde então, 11 colégios da área de abrangência do Núcleo Regional de Foz do Iguaçu (NRE) registraram casos de covid-19 na comunidade escolar. Durante a pandemia, cinco educadores(as) em atividade e dois professores(as) aposentados faleceram nas escolas da rede estadual do NRE/Foz.

Para o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, os(as) gestores(as) estaduais e municipais devem observar o que diz a ciência. Os pesquisadores defendem que não é viável retomar aulas presenciais em cidades com transmissão comunitária de covid-19, caso de Foz do Iguaçu.

Diego Valdez: “Gestores estaduais e municipais devem observar o que diz a ciência” – Foto: Divulgação

“Aulas presenciais neste momento representam um risco grave à saúde de educadores(as), estudantes e suas famílias”, frisa. “Não é possível estabelecer uma barreira entre a escola e a comunidade para impedir a transmissão do novo coronavírus. Ou seja, a exposição à covid-19 é no ambiente de ensino e nas casas dos(as) estudantes”, conclui.

Rede municipal de Foz 

Na rede pública municipal de ensino, já foram registradas nove mortes de professores(as) da ativa e duas mortes entre aposentados(as). A partir do mês de maio, os(as) educadores(as) foram obrigados a cumprir horário de trabalho de forma presencial e atender alunos(as) no projeto-piloto de aulas presenciais nas escolas públicas do município.

“Manter as aulas no modelo remoto exige um grande esforço dos professores(as) e aumenta a carga de trabalho, certamente. Mas é a forma mais segura de preservar vidas!”, sustenta a presidente do Sinprefi, Marli Maraschin de Queiroz. Segundo ela, o sacrifício dos(as) professores inclui(as), entre outras coisas, uso de equipamentos próprios e atenção redobrada a vários grupos de WhatsApp.

Ato de luto e luta da educação em Foz do Iguaçu
Data: 7 de julho (quarta-feira), às 18h30
Local: Praça da Paz – Avenida JK, centro
Organização: Sinprefi e APP-Sindicato/Foz