Categoria avalia condições para começar as aulas em 2018
No próximo dia 27 de janeiro, os trabalhadores/as em educação realizam Assembleia Estadual, na cidade de Curitiba. Em estado de greve iniciado no fim do ano passado, a categoria vai avaliar coletivamente se há condições de iniciar o ano letivo de 2018, por conta da escalada de ataques mantida pelo Governo do Paraná contra os servidores/as.
A APP-Sindicato/Foz vai dispor de ônibus para a viagem dos educadores/as de Foz e região até Curitiba. As vagas devem ser reservadas com a secretaria do Núcleo Sindical: (45) 3027-1893 e fozdoiguacu@app.com.br.
Motivos para a greve não faltam. O quadro geral é de agressão sistemática comandada pelo governador Beto Richa (PSDB), acentuado no início de seu segundo mandado. Desde o “Massacre de 29 de Abril”, em 2015, muitas medidas violentas, autoritárias e ilegais foram tomadas pelo governo, com o pleno apoio da Justiça e da ALEP (Assembleia Legislativa).
Há dois anos não há reajuste salarial da data-base e os servidores/as já perderam mais de um salário inteiro apenas pela falta de reposição das perdas decorrentes da inflação. Mas o governo continua aumentando a arrecadação. O Estado não paga o Piso Salarial Nacional e agentes educacionais de nível I recebem abaixo do salário mínimo regional.
Outro ataque direto contra a profissão docente foi a redução ilegal do salários dos professores/as PSS. R$ 1.227,70 é remuneração para jornadas semanais de 20 horas, em 2018. Além da exploração e do desrespeito, o pagamento de um salário extremamente baixo contribui para afastar estudantes das licenciaturas e da docência.
Mas não é tudo! Com 93 mil educadores/as inscritos no PSS 2018, o governo anunciou a intenção de contratar “no mínimo 10 mil professores”, perto da metade do número de contratações do ano passado. O resultado será mais desemprego, superlotação de salas de aulas, sucateamento das condições de trabalho e adoecimento da categoria.
Recentemente, o Governo do Estado divulgou a resolução da distribuição de aulas, mantendo a diminuição – também ilegal – da hora-atividade. Todos os passos da administração demonstram que o governo não está preocupado com a qualidade do ensino, mas apenas em retirar direitos e penalizar a categoria.
A manutenção do porte, fora da realidade das escolas, também vai contribuir para a superlotação de turmas e o desemprego de profissionais. A EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) são alvos de desmonte pelo governo e as atividades dos pedagogos/as estão sendo vertiginosamente burocratizadas. As terceirizações avançam nas escolas públicas do Paraná.
Por isso tudo, é necessário uma grande mobilização da base para participar dos debates que acontecerão na Assembleia Estadual. As vozes dos educadores/as, diariamente prejudicados pelos desmandos do governo, são fundamentais para apontar o caminho de luta e resistência ao projeto de sucateamento da educação de Beto Richa e seus aliados.