Educadores(as) da rede estadual não retomarão aulas e atividades presenciais

Ratinho Junior quer impor volta às aulas no momento mais grave da pandemia no Paraná.

Categoria iniciará greve pela vida, caso o Governo do Paraná mantenha abertura das escolas com a saúde em colapso.

Professores(as) e funcionários(as) de colégios estaduais iniciarão greve por tempo indeterminado caso o Governo do Paraná mantenha a previsão de volta às aulas e atividades presenciais nesta segunda-feira, 15. O estado enfrenta o pior momento da pandemia, com alta no número de novas infecções de covid-19, recordes diários de mortes e hospitais em colapso.

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A decisão da categoria, tomada em assembleia, considera que reabrir escolas significa expor à doença trabalhadores(a), adolescentes e jovens estudantes e os seus familiares. Desde março do ano passado, com o início do estado emergencial em saúde, são mantidas aulas remotas na rede estadual do Paraná, sem interrupção.

Além de todos os indicadores recomendarem a suspensão das aulas presenciais – como a elevada taxa de contágio e a falta de leitos de UTI –, as novas variantes do coronavírus, já disseminadas no Paraná, têm efeitos severos na população juvenil, conforme autoridades e profissionais de saúde, que relatam aumento de internações e da gravidade da doença nos jovens.

“O governador Ratinho Junior segue negando a realidade a que chegamos”, enfatiza o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Cidades inteiras estão fechando para tentar evitar um desastre ainda maior. Enquanto isso, o Governo do Paraná quer empurrar trabalhadores(as) e estudantes para fora de suas casas, à mercê de um vírus letal”, expõe.

O dirigente sindical frisa que os estabelecimentos de ensino não receberam investimentos em infraestrutura para receber alunos(as) em segurança. A falta de professores(as) e de agentes educacionais é um agravante. O transporte coletivo nos municípios segue com sérios problemas, sendo um serviço que não é minimamente seguro.

“O surto de covid-19 nas escolas, na formação presencial imposta aos educadores(as) em fevereiro, comprovou não existir condições mínimas para esse retorno pretendido pelo governo”, aponta Diego. “Professores(as) e funcionários(as) não aceitarão essa irresponsabilidade. Faremos greve pela vida de educadores(as) e estudantes”, completa.

Foz e região

Foz do Iguaçu e a Região Oeste estão entre as áreas do Paraná mais afetadas pelo atual estágio da pandemia de covid-19. Mesmo com o aumento do número de leitos de UTI, os hospitais estão superlotados e há filas para vagas nas unidades de terapia intensiva. Há uma explosão de óbitos por covid-19.

Em Foz do Iguaçu, a cidade mais populosa da microrregião de abrangência da APP-Sindicato/Foz, 59 pessoas faleceram por covid-19 apenas nos primeiros dez dias deste mês, de 1º a 10 de março, uma média de 5,9 mortes diárias. Nesse período, também ocorreram 2.755 novos casos da doença. O Hospital Municipal, que atende pacientes da região, registra taxa de utilização de leitos de UTI igual ou acima de 100%.