
Encontro professores, representantes de universidades e dirigentes sindicais para discutir a ambiente de trabalho na educação.
Professores, representantes de universidades e dirigentes sindicais se reuniram no último dia 23, em Foz do Iguaçu, para o Seminário Educacional Regional da APP-Sindicato/Foz. O encontro teve como objetivo discutir os impactos do assédio moral nas escolas e o adoecimento da categoria na educação pública do Paraná. Além disso, o encontro abordou formas de enfrentamento e denúncia.
O governo de Ratinho Junior (PSD) é sinônimo de privatização e terceirização, um ponto de crítica das entidades presentes no seminário. A avaliação é que essa política transforma a educação em um produto de mercado, o que compromete a qualidade do ensino e acarreta a precarização do trabalho docente. Essa deteriorização, por sua vez, tem reflexos diretos no assédio moral sofrido pelos profissionais da educação.
O seminário contou com a presença de educadores das redes estadual e municipal, além de representantes da Unila e da Unioeste, do Sinprefi e da direção da APP Estadual. Entre os participantes, Daniel Nascimento Matoso, secretário de Comunicação da entidade, e Edmilson Feliciano Leite, educador popular e assessor do sindicato.
Durante os debates, relatos de educadores expuseram casos de pressões institucionais e assédio moral. Para enfrentar a questão, Daniel Matoso apresentou a recém-lançada “Cartilha de Enfrentamento ao Assédio Moral Institucional na Educação Pública do Paraná”. O material, elaborado pelo sindicato, orienta os trabalhadores sobre como identificar e agir em situações de assédio.

Ari Luis Jarczewski, presidente da APP-Sindicato-Foz, destacou a relevância da cartilha como ferramenta de defesa dos professores. Ele pontuou que o assédio é intensificado pelo uso de plataformas digitais, precariedade do serviço público e pelos processos de militarização e privatização do ensino, fatores que, segundo ele, deterioram as condições de trabalho.

Realizado em todos os núcleos sindicais da APP, o seminário busca alcançar três objetivos principais:
– construção de um dossiê estadual com relatos e evidências dos efeitos das políticas educacionais.
– fortalecimento de denúncias formais que servirão de base para ações judiciais e representações em órgãos de fiscalização.
– organização de uma rede de resistência contra a privatização, com representantes eleitos em cada escola para mobilização local.
A cartilha, de acesso aberto, é voltada a todos os trabalhadores da educação — professores, pedagogos, funcionários e gestores. Ao abordar as diferentes formas de agressão no ambiente escolar, o material se consolida como uma ferramenta de luta por um espaço de ensino mais saudável, democrático e respeitoso.