A comunicação é um processo permanente que deve acontecer em escolas, sindicatos, comunidades, utilizando os multimeios e os recursos que a internet oferece. A comunicação sindical e comunitária é uma forma de enfrentar as narrativas e manipulações da grande imprensa.
Essas são algumas reflexões da oficina de comunicação realizada no fim de semana pela APP-Sindicato/Foz e a Sesunila – Seção Sindical do Andes. O diálogo foi mediado pelo jornalista iguaçuense Alexandre Palmar, voltado a dirigentes de sindicados e organizações populares convidados.
Dividido em dois encontros, a primeira parte da oficina promoveu um debate sobre a necessidade da democratização dos meios de comunicação no Brasil. Políticos com concessões públicas ilegais de veículos, órgãos de imprensa com “negócios empresariais cruzados”, empresários com monopólios e a falta de regulamentação.
A soma disso tudo faz com que a mídia grande atue como um verdadeiro partido político, a serviço dos grandes empresários e do capital internacional. Em momentos decisivos, os conglomerados de tevê, rádio e internet tendem para a banda do autoritarismo, e não da democracia; do lucro, e não dos serviços públicos e dos direitos.
Além da manipulação das notícias, onde a versão é mais importante que os fatos, o que constitui uma ameaça às liberdades, a imprensa brasileira torna invisível a diversidade e a pluralidade do brasileiro. O povo não tem vez e não é representado pela mídia em sua grade de programação diária.
“O coronelismo eletrônico é hoje um dos principais riscos para a democracia brasileira, a pluralidade de ideias e a diversidade da população brasileira”, apontou Alexandre Palmar. “Os movimentos popular e sindical precisam pautar a comunicação com a necessária centralidade, pois a disputa do simbólico acontece nesse campo com muita força”, completou.
No curso, foi analisado o comportamento da grande imprensa durante a campanha eleitoral deste ano e o alinhamento da maioria dos veículos a Jair Bolsonaro (PSL). Foram debatidos atos graves de infração eleitoral e à democracia, promovidos por emissoras de rádio, tevê e meios eletrônicos, além do fake news, determinante no resultado eleitoral.
No segundo dia da oficina, foram debatidos projetos colaborativos para aproximar dirigentes sindicais e populares. Os participantes também interagiram durante as atividades práticas abrangendo ferramentas de comunicação como o vídeo, o Whatsapp e a mídia impressa.