Educadores/as protestam contra desvio de verbas da construção de escolas
Educadores/as e estudantes protestaram contra a corrupção no Governo Beto Richa, nesta quinta-feira, durante o desfile oficial de 7 de setembro, em Foz do Iguaçu. A manifestação ainda denunciou o processo de desmonte da educação do Paraná, decorrente da retirada de direitos dos servidores/as e de medidas que prejudicam estudantes e o funcionamento das escolas.
Com faixas e cartazes estampando os valores milionários pagos pelo Governo Estadual à construtora Valor, por construções de escolas que nunca foram realizadas, os educadores/as pediram punição aos envolvidos nos desvios de dinheiro público. Segundo revelações do dono da Valor, Eduardo Lopes de Souza, parte dos recursos da corrupção nutriram a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB).
“A manifestação é mais um momento para conversarmos com a população e denunciarmos os ataques contra a educação”, explicou Cátia Castro, secretária de Formação da APP-Sindicato/Foz. “Enquanto o Governo Richa retira recursos da escola pública, dizendo que é para economizar, nutre um esquema que financia políticos e grandes empresários”, disse a dirigente sindical.
Os professores denunciaram a paralisação das obras da nova sede da escola Arcâgelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, e cobraram a punição dos envolvidos nas irregularidades. A obra deveria ter sido entregue a comunidade em 2014. Até agora, a execução do projeto não passou de 10%, mas a Valor recebeu cerca de R$ 4 milhões. O valor total previsto para a nova escola era de R$ 3,2 milhões.
Quadro negro
Nos últimos dias, a imprensa estadual e nacional reproduziu trechos da delação feita à PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza. O empresário relatou que desviou, com membros do primeiro escalão do governo, R$ 17 milhões que deveriam ter sido aplicados na construção de várias escolas no Paraná.
Eduardo Souza, integrante do esquema de desvios, confirmou à PGR que parte dos recursos da corrupção foi repassada para a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). A propina era entregue em caixas de vinho. O dono da Valor detalhou a participação nas irregularidades do chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), do presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), entre outros políticos e agentes públicos.