30 de Agosto: ato em Foz do Iguaçu em defesa da educação pública

Educadores paralisam atividades nas escolas e fazem mobilização na frente do NRE

A educação pública em todos os níveis está sob ataque. Cortes de investimentos, abandono da infraestrutura e retirada de direitos fazem parte da receita diária dos governos. Os educadores/as são submetidos à precarização da carreira e das condições de trabalho. Os estudantes/as sofrem com o desmonte que ameaça seu direito à escola e à universidade.

Nesta quarta-feira, 30 de agosto, os educadores/as do Paraná paralisam as atividades nas instituições de ensino e vão às ruas mais uma vez em defesa da educação pública. Em Foz do Iguaçu, a mobilização acontece em frente ao NRE (Núcleo Regional de Educação), a partir das 08:30 horas, reunindo professores/as, funcionários/as, alunos/as, pais e mães.

Data histórica em que é relembrada a violência física sofrida pela categoria em 30 de agosto de 1988 e em 29 de abril de 2015, o dia estadual de de luto e luta enfatiza a defesa dos direitos dos educadores/as e do sistema público de ensino. Também é um momento de denúncia quanto à violência simbólica imposta todos os dias pelos governos aos trabalhadores/as.

Direitos que se perdem

Nas escolas paranaenses, a falta de funcionários/as os penaliza com longas jornadas de trabalho, acúmulo e desvio de funções, acidentes de trabalho e adoecimento, além de prejudicar o funcionamento das instituições. O último concurso foi em 2.006, por isso, quase metade dessa categoria trabalha sob contratos temporários, destituída das garantias da carreira efetiva.

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Ampliar a organização e as lutas dos trabalhadores/as para resistir aos ataques – foto APP-Sindicato/Foz

A perda salarial afeta todos os educadores/as. O Governo Paraná nega-se a cumprir as leis do piso nacional e da data-base. Assim, os servidores/as recebem salários abaixo do mínimo fixado pela legislação e desde 2015 não recebem qualquer reposição para reduzir o efeito da inflação sobre as remunerações. Beto Richa também não incluiu a data-base na previsão orçamentária de 2018.

Educadores/as adoecem

Conforme as estatísticas, os professores/as estão entre as categorias profissionais que mais adoecem. No Paraná, para piorar ainda mais esse quadro, os docentes sofrem com os retrocessos da resolução ilegal do Governo Richa que reduziu a hora-atividade, aumentando o número de turmas e de alunos/as atendidos por cada educador/a.

A medida ilegal e arbitrária teve efeito imediato no aumento de afastamentos de professores/as por motivos de saúde. Submetidos a horários prolongados de trabalho, realizados em suas casas e nos períodos que deveriam ser de descanso, os professores/as adoecem e precisam deixar a escola para tratamentos médicos de estresse, esgotamento e depressão.

Ato de deflagração da greve foi realizado em frente ao NRE de Foz
Ato público dia 30 de agosto acontece em frente o NRE de Foz do Iguaçu – foto APP-Sindicato/Foz

Ataques de Temer

A reforma do Ensino Médio de Michel Temer (PMDB) representa o tamanho dos ataques contra a educação. A lei impõe o estado mínimo quando se trata dos interesses da população, e estado paternalista quando é para favorecer os grandes grupos educação privada. A intenção é retirar lucro do ensino e formar uma geração de jovens que servirão de mão de obra barata.

A reforma trabalhista resultou na desregulamentação do trabalho. O que se anuncia são direitos tomados e violações das condições mínimas dos trabalhadores/as, afetando em cheio os profissionais da educação. A reforma da Previdência, a privatização de setores essenciais como o da energia elétrica e o desmonte das universidades, a exemplo dos ataques contra a Unila, mostram a gravidade da conjuntura.

À luta

Mais que um compromisso dos educadores/as com a escola pública, a paralisação e as mobilizações do dia 30 de agosto faz parte da resistência aos ataques dos governos e à ganância dos grupos econômicos. Novamente, os trabalhadores/as da educação do Paraná são convocados a unir forças e fazer história.