Redução de salários dos professores/as pode impedir início do ano letivo de 2018

Educadores/as paranaenses realizam Assembleia Estadual em janeiro para definir mobilizações

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Educadores/as da rede estadual de ensino reuniram-se em frente ao Núcleo Regional de Foz do Iguaçu, nesta segunda-feira (18) para protestar contra a decisão do Governo do Estado de reduzir os salários dos professores/as contratados por PSS (Processo de Seleção Simplificado). A manifestação também aconteceu em Curitiba, com a ocupação do Palácio Iguaçu, a sede do governo, e em diversas cidades do interior.

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Educação lançou edital para a contratação de professores/as em regime especial (PSS), impondo corte de 13% nos salários dos profissionais da educação. Para o próximo ano, o governo pretende pagar para um docente remuneração de R$ 1.227,70 para jornadas semanais de 20 horas, redução de R$ 188,10 em relação aos salários praticados em 2017.

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Educadores/as permanecem mobilizados até a assembleia: ano letivo pode não começar

A presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, explica que além do corte de salários, o governo deixou de pagar a reposição de 8,53% prevista em lei para cobrir as perdas com a inflação. Ele lembra que o Paraná é um dos estados da federação que não cumprem a legislação que estabelece o piso salarial do magistério e que paga remuneração abaixo do salário mínimo regional para agentes educacionais.

“Se o governo não rever o corte de salários e insistir na distribuição de aulas que penaliza educadores/as e atrapalha o funcionamento das escolas, não teremos como iniciar o ano letivo”, frisa Cátia Castro. “O ato de hoje marca o início da vigilância de nossa categoria, que está em estado de greve, em relação aos ataques que já aconteceram e aos que poderão surgir. Beto Richa mais uma vez nos empurra para a greve”, conclui.

 Efeitos da reforma

O secretário de Organização da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, afirma que os trabalhadores/as da educação devem permanecer mobilizados para enfrentar mudanças nas relações de trabalho que o Governo do Paraná está estudando, com base na reforma trabalhista. Valdez diz que o edital para contratação de PSS já inclui a hora-relógio, efeito da nova lei laboral, e que as mudanças serão ainda mais abrangentes.

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Cátia Castro: “Cortar salário é um ataque não contra os PSS, mas contra todos os professores/as”

“O governo estuda uma revisão ampla para reduzir salários e alterar profundamente as condições de trabalho, prejudicando educadores/as PSS e os concursados”, aponta Diego Valdez. “A chamada hora-relógio está ligada ao conceito de trabalho intermitente. Como na rede particular, o governo quer pagar por hora trabalhada, para diminuir salários, cortar direitos e causar demissões”, denuncia.

Desmonte da educação

Presente ao ato contra a redução de salários dos professores/as, a representante da Adunioeste (Sindicato Docente da Unioeste), Ivanete Schumann, relata que as universidades estaduais passam por cortes orçamentários e de direitos dos servidores similares aos enfrentados pela educação básica. “As condições da Unioeste e das demais instituições de ensino são caóticas. Com o orçamento proposto pelo governo, não vai ser possível manter as universidades em funcionamento ano que vem”, afirma.

Solidariedade

Ao final do ato público, os trabalhadores/as da educação fizeram homenagem aos estudantes da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) mortos em acidente de automóvel no último sábado, na cidade de Céu Azul. Os educadores/as ressaltaram o legado deixado pelos jovens estudantes de dedicação às causas coletivas e de entrega à construção de uma sociedade mais justa e democrática.

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