Quanto vale um professor/a para Beto Richa?

Educadores fazem protesto contra redução de salários nesta segunda-feira (18)

Educadores da rede estadual de educação fazem manifestação contra a redução dos salários dos professores em regime especial, os chamados “PSS”, nesta segunda-feira (18), às 10 horas, em frente ao NRE (Núcleo Regional de Educação) de Foz do Iguaçu. A mobilização da categoria acontece simultaneamente em várias cidades paranaenses.

Conforme edital da Secretaria de Estado da Educação, o Governo do Estado fixa em R$ 1.227,70 a remuneração de um docente para o próximo ano, contratado por PSS (Processo de Seleção Simplificada), para jornadas semanais de 20 horas. O corte do salário é de R$ 188,10 e representa 13% a menos do que o valor pago atualmente, que é de R$ 1.415,70.

Conforme a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, mesmo com graduação e outros títulos, os PSS recebem os menores salários entre os servidores públicos do Estado e não são contemplados com garantias mínimas da carreira. Os professores são contratados no início de cada ano e demitidos no encerramento do ano letivo.

“Ao reduzir salários, o governador Beto Richa demonstra que não valoriza os professores e nem preocupa-se com uma educação de qualidade para nossos estudantes”, diz Cátia Castro. “São ataques sucessivos. Começamos 2017 com 10 mil professores PSS sem trabalho e terminamos o ano com esse anúncio de redução dos salários”, enfatiza.

Contramão

Conforme Cátia Castro, a medida do Governo do Paraná de reduzir salários reflete na educação como um todo. Para ela, o corte da remuneração faz parte de um pacote de medidas que visa o desmonte da escola pública no Paraná, e inclui, por exemplo, o não pagamento da data-base de 8,53% prevista em lei, a falta de investimentos e a diminuição da hora-atividade.

“Convido os estudantes, pais e mães a fazer essa reflexão conosco, pois o enfraquecimento da escola pública e a destruição das condições de trabalho dos professores afetam toda a sociedade”, frisa a dirigente sindical. “Com as condições colocadas pelo governo e com as novas medidas que estão sendo planejadas para 2018, não dá para iniciar o ano letivo”, enfatiza Cátia Castro.

Economia risível

Conforme estudo do sindicato, a redução dos salários dos professores PSS tem impacto quase nulo nas finanças do governo. O corte das remunerações implica em economia de somente 0,16%, levando em conta a arrecadação de impostos. Em 2018, o Governo do Paraná deve arrecadar R$ 51 milhões no ano.